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  • Camilo Mota

A unidade do gênero humano



Camilo Mota


“Sois o fruto de uma só árvore e as folhas de um mesmo ramo. Consorciai-vos com o máximo amor e harmonia, com amizade e solidariedade.” (Bahá’u’lláh)


O estado de desarmonia se nutre do distanciamento da unidade. Quando observamos o mundo (e as pessoas) sob a ótica da separação e das diferenças, estamos contribuindo para alimentar emoções e sentimentos como ódio, inveja, preconceito, ciúme, entre muitos outros. Boa parte disso ocorre porque nos deixamos levar pelos humores ditados pelo Ego, agindo e reagindo a partir de um referencial centrado na separação e não na unidade.


O profeta persa Bahá’u’lláh (1817-1892) traz uma contribuição fundamental para compreendermos o sentido da unidade e a importância que ela tem não só para a saúde pessoal, mas também coletiva e ambiental.


Do ponto de vista individual, podemos entender unidade como a compreensão de que somos ligados a uma força maior, a uma energia superior que nos convoca cotidianamente a nos melhorarmos, a conduzirmos nossa vida com ética, respeito, gratidão, paz e harmonia. Tal caminho se desenvolve na medida em que aprendemos a nos desprender dos desejos imediatos do Ego, das satisfações puramente materiais, e nos voltamos para o desenvolvimento de emoções nobres e que contribuam para o bem estar não apenas de si mesmo, mas de todos que estão ao nosso redor.


Ao percebermos essa unidade da qual fazemos parte, no sentido transpessoal, espiritual, podemos olhar para fora e reconhecer em cada pessoa também uma representação dessa totalidade. Todos temos uma mesma origem. Quando Bahá’u’lláh afirma que somos as flores de um mesmo jardim, por exemplo, ele nos indica o grau da diversidade humana que contribui para o sentido da beleza. Um jardim é belo porque se constrói a partir de um todo. Cada planta tem ali sua função, assim como cada pessoa tem sua importância e significado na sociedade em que vivemos.


A Terra, então, é nossa pátria comum. Não são as fronteiras que definem se uma pessoa é melhor do que outra, se uma etnia deve prevalecer sobre outra. Cada um está vivendo sob o mesmo céu, recebendo os benefícios de uma mesma natureza, e daí a importância de todos estarem unidos para cuidar dessa casa comum.


Sentir a unidade é estar desperto para a natureza divina que insiste em impulsionar os homens para viverem em harmonia uns com os outros, livres de preconceito, respeitando a diversidade das religiões e credos, permitindo que homens e mulheres compartilhem os mesmos direitos, desenvolvendo ações educativas, criando meios para cuidar do meio ambiente, e dando sua contribuição para que conquistemos a Paz entre as nações.


Camilo Mota é psicanalista e terapeuta holístico. O texto acima foi publicado originalmente no Jornal Vitrine, em Araruama-RJ, e no livro "O silêncio e a saúde: artigos e reflexões sobre a vida, a mente e o bem estar humano", disponível para download no site da Amazon. Também foi selecionado para compor a antologia "Preconceito: Julgamento e Generalizações", dentro do Projeto Apparere da Editora Perse, com lançamento em 2021.

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